terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Dançando no escuro

Caminho pelas ruas escuras da minha mente. Olho para o lado e vejo centenas de pessoas mortas debaixo de um monte de terra. Numa avenida qualquer um carro capota. Morrem três pessoas. A motorista com 18 anos, e os dois passageiros com 17 e 18 anos. Numa esquina uma mulher e seu namorado são espancados. Ele morre e ela se torna outra pessoa. Uma psicóloga é morta na porta de casa por encomenda. Um senhor, 57 anos, leva um tiro na cabeça, nas escadas de seu prédio. Os ladroes levam a sua televisão recém comprada. Milhares morrem de cólera nas periferias de um país africano. Uma menina, com um tumor no cérebro, não caminha e fala com dificuldade. Um garoto se enforca na sala de casa. Da janela de um prédio um velho lobo canta "As pessoas enlouquecem calmamente, viciosamente sem prazer". Aperto o paço e me pergunto, até quando vou continuar a dançar no escuro?

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Fim

No alto da montanha vejo pesadas nuvens existenciais aproximarem-se.
em baixo, na cidade, as pessoas levam adiante suas existências miseráveis.
As pesadas nuvens existenciais seguem aproximando-se.
Na calçada, uma criança chora.
As pesadas nuvens existenciais aproximam-se, devoram tudo.
Deixam apenas o vazio.